domingo, 25 de julho de 2010

Morangos mofados.



Respire o tédio e deixe desabrochar o som de sua essência. Ele fica correndo dentro de corpos ambulantes em ritmos alucinados. Engula-o e transforme-o em arte. Em seguida, deixe sair o que há de mais insano em você. Com tanto pulsar em suas paredes internas, o que sair para o mundo, pode ser mais útil do que você imagina. Pode ser a chave de que precisa. O frenesi do qual havia sonhado por tantos pesadelos. São morangos mofados. Por fora os poros alivia todo o odor de putrefato. Por dentro os vermes brincam de balanço na parte mais carnuda do fruto.



Deyvid Braga Notario.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Coração de palhaço.

Eu não sei o que é o amor. Por mais que eu cante em prosa e verso, não sei, realmente, se amei alguém algum dia. Eu me apaixono, e acho isso, fácil. Consigo, também, dedicar-me por inteiro. Claro, eu só me torno fugidio quando o alvo da minha dedicação me decepciona; e isto, aconteceu algumas vezes. Mas, quase sempre eu me entrego. Agora, voltando ao ponto, não sei se isso é amor. Eu tenho um coração bobo que perdoa e acredita. Eu tenho um coração que doa e se sacrifica. Eu tenho um coração que dói. Eu não tenho saudades, eu tenho algo parecido com nostalgia. Eu tenho uma vontade danada de ser feliz. Mas, lá vem o coração bobo de novo, só sei ser feliz fazendo outra pessoa feliz. É a alma de palhaço que não desgruda do corpo. O palhaço do amor. Será que é amor?
O amor podia ser um objeto de plástico e porcelana que se vende em alguma loja de subúrbio. O amor podia ser uma pílula que se toma antes das refeições (ou depressões). O amor podia ser...e não é...

Somos parecidos?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Delícias do futuro.

Escrever me maltrata. Às vezes arranha feito farpa. O tempo rouba do presente às delícias de um futuro certo. Esperar então é padecer sem ter a certeza de que se pode ser feliz. E estar feliz é meu pacto de paciência. Aqui, por meio de minha escrita abstrata eu posso o impossível. Eu me dou a liberdade. A raiz selvática da matéria paira na eternidade. Sou livre. Sou atemporal. Sou a quarta dimensão. Sou ave e não avião.

Não preciso que me completem. Pelo contrário, a verdade é que estou ficando tão intenso que sozinho não agüento. Preciso me doar para alguém! É sim! Uma carência às avessas.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Retrato.





Descobri minha frieza de forma bastante sutil. A filha da costureira, com seus 8 anos, me rabiscou em papel, como só as crianças sabem. No desenho, um traço de boca, possivelmente mais reta, não fosse a falta de coordenação natural da desenhista. Entregou-me sem cerimônias o presente e saiu. "Toma! É assim que o vejo."
Como diz John Mayer: "Eu gosto de pensar que o melhor de mim ainda está escondido sob a minha manga."

terça-feira, 16 de junho de 2009

Perfume.












Deparo-me com a linhas. Contradigo-me em minha essência. Prefiro não captar as entrelinhas. Torno-me forte e abstraio. É insignificante. Tento absorver somente aquilo que perfuma minha alma. Amadeirado, leve e mortal.
.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Complexo de Che Guevara





Observo seus atos e tiro por base “os meus atos”. Todavia, só encontro perguntas, em vez de respostas. Talvez fosse meu complexo de Che Guevara que sufocasse nossos limites. Eram inúmeros ideais dentro de mim, e nenhum se concretizaria em anos de existência. Nem a mais suave das canções, tranformava meu ser, melhor dizendo meu não ser. Pois há semanas não sou nada, estou em uma luta constante com o tempo, mofando-me entre as horas, petrificando-me no decorrer dos dias. Penso que isto era o que nos tornavámos distintos em demasia, eu não sonhara com nada concreto durante toda a minha vida, e aceitava isto. Pelo menos era realista, ao contrário de voçê, muitas vezes dita como uma sonhadora lunática. Os traços de personalidade me encantam. É como uma cola que junta os pedaços de um vaso quebrado. E eu preciso dessa cola, essa motivação, essa amizade para manter!
De: Deyvid Braga.
Para: Jessica Almeida.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Templo de quimeras.






Queria ser mais óbvio, mais unidirecional, seguir o percurso, sem discurso e sem pressa. Queria sofrer de amor, sentir a dor, parecer menos frívolo, mais tocável, mais tolerável. Eu não me desuso, sinto-me intruso de mim mesmo, estranho. Queria ter os olhos mais úmidos e não o brilho de cera polida, perdida e dignamente à parte do mundo, prefiro sim, o submundo, as formas inaparentes, o acaso, a felicidade do silêncio, o devaneio dos paralelismos. São os mistérios que se escondem por detrás do estático, do aparentemente imóvel. Pequenas travessuras, grandes diabruras, no EU templo de quimeras e 9 luas. De sentimentos em diversas amálgamas, sou sinestésico, mesmo que a meu modo, assim, perto-longe de mim.